Wednesday, November 22, 2006

POEMA

VENDO O VERÃO


Jeans
Usado
Bem baixinho
Forma um ninho
Que a moçada
Com carinho
Apelidou
De cofrinho


Mas pralgumas
Esse nome
Não cai bem
Assenta mal
Isso aí,
Não é um cofrinho
É mais um Banco Central



Millôr Fernandes

Monday, November 13, 2006

COISAS DA VIDA

Pressão no trabalho, pós-graduação, aluguel, condomínio, parcelas. Nada mais que o normal, nada mais que o corriqueiro, pelo menos não estou só nessa luta diária. Afinal de contas, quem não quer sossego, estabilidade e pessoas de quem gosta ao seu lado?
Às vezes me deparo com situações inusitadas (ou nem tanto).

Sexta-feira
11h:30 – Saio do trabalho rumo ao Detran para renovar a carteira, após passados os 30 dias de tolerância. Antes passo no banco para pagar uma conta e descontar um cheque.
11h:59 – O caixa me devolve o troco errado. Paguei a conta em dia e por isso teria um desconto, mas não constava o valor no canhoto e sim em outro lugar da conta.
12h:00 – O caixa do banco se irrita e diz: “O Sr. deve colocar o valor no canhoto, ou então o troco será incorreto”.
12h:00:10s – Respondo eu: “Mas está escrito na conta, logo abaixo do código de barras” e pensou eu “Poxa vida, além do meu tenho que fazer o trabalho desse cara também”, mas não deixei de dar razão ao caixa, pois atrás de mim haviam 20 pessoas ávidas para serem atendidas, e isso poderia ter acontecido com qualquer um.
12h:15 – Chego ao Detran, pego a senha, mais ou menos perto de ser atendido.
12h:30 – Finalmente atendido. Mas tenho que voltar ao banco pagar a taxa de renovação e, não sei o motivo, plastificar novamente minha carteira de identidade. A resposta obtida foi “A sua identidade está com o plástico antigo, e as normas dizem que ela deve ser plastificada novamente”.
12h:35 – “Plastificada novamente? Normas?” Isso foi um pensamento, estava muito longe, pensando no trabalho, e resolvi passar na papelaria, que era caminho do Banco.
13h:00 – Vai daqui, vai dali, atende telefone do trabalho, preocupado, cheio de coisas para resolver, mas chego ao Detran mais uma vez.
13h:20 – Foto tirada, visão testada e um erro: O endereço para entrega da carteira está incorreto.
13h:22 – “Por favor, eu gostaria de verificar meu endereço”, mas a atendente se nega e diz que o sistema está registrado daquela forma e não poderia mudar. Peço mais uma vez e com aquela vontade de funcionário público ela tenta, e para o espanto de todos ali consegue mudar em um clique o endereço.
13h:50 – De volta ao trabalho, almoço e telefone ao mesmo tempo.
17h:25 – Ligação inesperada. “Hugo, hoje o dia foi uma m..., o que está acontecendo, não trabalhar direito dá nisso”.Uma frase encorajadora depois de um dia cheio.
17h:35 – Parto para Apucarana. Dou carona para dois atrasados que me fazem chegar tarde na aula mais uma vez.
23h:15 – A primeira alegria do dia. Lembra daquelas pessoas que você gosta ao seu lado? Então, isso mesmo. A minha alegria, felicidade sem igual. Cansado, porém feliz.

Sábado
08h:00 – Aula da pós, muito boa por sinal.
12h:20 – Agora sim, final de semana, deixe estar que agora é só havaiana no pé e calção da copa de 70. Nada mais me incomoda.
13h:00 - Mais pessoas que eu gosto, em outro lugar, pra completar a alegria.

Pronto. Acabou. Sexta e um pouco do sábado resumidos em palavras. Às vezes penso. “Pra que tudo isso?”.
Aí, não sei se corretamente, respondo: “Cara, o esforço é grande, mas não é possível que a recompensa também não seja. E tem mais, aquelas pessoas é o que importa. Tente, faça de tudo para ficar perto delas e nada mais do que isso pra tudo ficar bem”.

Post mais pessoal, não muito comum, mas de vez em quando vai bem.