Friday, May 18, 2007

PLANO B

Artigo publicado pela revista Você S/A revela que mais da metade dos executivos que compões altos cargos em empresas de médio e grande porte possuem um Plano B de carreira. O principal motivo ligado a esse dado é a qualidade de vida, em queda devido a crescente pressão por resultado a curto prazo dentro dessas organizações.

Abaixo segue trecho do artigo que revela alguns dos passos a serem seguidos para mudar de carreira, construir um megócio novo ou subir na empresa.

3 passos importantes para um plano B de sucesso:

1. Prepare seu bolso

Não importa se você vai abrir uma empresa, mudar de emprego ou virar escritor. Antes de colocar a mão na massa é preciso preparar-se financeiramente para viabilizar um projeto ou ficar um tempo sem renda. O primeiro passo é saber o quanto entra e sai da sua conta. 'É importante fazer uma lista com receita e despesas para visualizar o que é gordura', diz o consultor financeiro Márcio Iavelberg, de São Paulo. 'Tudo o que sobrar deve ir para o plano B.'

O ideal é ter uma reserva entre seis e 12 meses de salário. Isso garante uma certa tranqüilidade para o profissional se dedicar ao novo empreendimento, sem se preocupar com os gastos do dia-a-dia. Quem pretende abrir uma empresa deve considerar que, em geral, o lucro acontece depois de seis meses da abertura. 'As pessoas subestimam esse prazo', diz Paulo Vera, diretor da ONG Instituto Empreender Endeavor. Portanto, segure a ansiedade. Quando seu bolso estiver recheado, aí sim mude a rota da sua vida por completo.

2. Cesta de alternativas

Pode-se dizer que o economista Fabio Zanetti, 43 anos, inverteu a ordem das coisas: transformou o que para muita gente é um plano B em primeira opção. E, não contente com isso, largou tudo e mudou de área novamente. Aos 17 anos, Fabio abriu um bar de jazz e blues em Santo André, na Grande São Paulo. Nos 15 anos em que o bar funcionou, Fabio fez alguns bicos. Trabalhou na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), vendeu jóias, foi funcionário de uma mineradora e montou uma pequena gravadora - tudo o que poderia ser um plano A. 'Era uma maneira de ter dinheiro nos períodos mais difíceis', diz ele.

Muitos músicos internacionais tocaram no bar e outros tantos brasileiros lançaram seus discos ali. Animado com o mercado fonográfico, Fabio começou a bolar um novo plano: investir em uma gravadora. A idéia foi tomando forma até que o bar virou de fato plano B. Fabio levou dois anos para planejar a gravadora CD+ nos mínimos detalhes. Contratou executivos e foi para Caucaia, na Grande Fortaleza (Ceará), onde conseguiu incentivos fiscais. Mais recentemente abriu sua segunda unidade, em Manaus, no Amazonas. Com 150 funcionários, Fabio fechou 2004 com faturamento de quase 37 milhões de reais, 32% a mais do que no ano anterior. Para driblar a pirataria e a concorrência com as grandes empresas do setor, ele mergulhou nas apostilas educacionais, CDs para provedores de internet e música regional. Agora, começa a entrar no ramo de distribuição. 'Estou muito feliz com tudo o que construí', diz.

3. Frutos de uma grande virada

Imagine que você atingiu o sucesso na sua carreira, ganhou os mais importantes prêmios, tem um bom salário e trabalha na empresa líder do setor. Está tudo perfeito, a não ser por um detalhe: você quer mais de sua vida profissional. Há três anos, o publicitário Heitor Dhalia, 35 anos, estava vivendo esse dilema. Recifense que mora em São Paulo há 12 anos, Heitor era redator da agência Young & Rubican, a maior do Brasil, e em dez anos de carreira ganhou os mais renomados prêmios, como o de Cannes, de Nova York e o Profissionais do Ano, da Rede Globo. 'Mas eu tinha outro projeto para minha vida', afirma Heitor.

Enquanto trabalhava, ele sempre ficava de olho no cinema. Tanto que, em 1998, ele deu o livro Cidade de Deus, de Paulo Lins, para o cineasta Fernando Meirelles. O livro virou filme e foi indicado a quatro Oscar, além de ganhar vários outros prêmios. Heitor escrevia roteiros para filmes de curta-metragem - jeito que encontrou para ir se preparando para a grande mudança que estava organizando. Há três anos, não agüentou mais e decidiu largar tudo. Foi convidado para trabalhar na produtora Sentimental Filme, de São Paulo, onde também dirige comerciais. Aceitou na hora e logo emplacou um sucesso. Seu primeiro longa-metragem, Nina, uma adaptação do livro Crime e Castigo, de Dostoievski, participou de cerca de 30 festivais internacionais. Em outubro deste ano, ele começa a filmar o romance O Cheiro do Ralo, de Lourenço Mutarelli, cuja história se passará em São Paulo, Buenos Aires, Patagônia (Argentina) e Punta Del Este (Uruguai).